Contas com a Sofia
5 razões para ser trabalhador independente em 2023
É certo que o ano começou há poucos meses, no entanto, já contamos com alguns desafios, sobretudo financeiros, por isso um dos objetivos de muita gente é aumentar o rendimento.
1. Variar as fontes de rendimentos
Há vários caminhos possíveis: renegociar salários, procurar um novo trabalho por conta de outrem ou ainda gerar rendimentos extra por conta própria. Mesmo que não seja a tempo inteiro, ser trabalhador independente pode ajudar-nos a variar as nossas fontes de rendimento e isto permite-nos ter mais segurança e mais liberdade: segurança porque nos deixa margem para fazermos mais poupanças ou investimentos, liberdade porque sabemos que podemos tomar decisões com a clareza de quem tem mais do que uma escolha.
2. Cumprir objetivos financeiros
Seja a reforma antecipada (o movimento FIRE é cada vez mais falado em Portugal), seja a compra de casa, um carro novo ou uma mudança de carreira: todos temos objetivos financeiros.
Trabalhar por conta própria tem uma vantagem grande no que toca a ajudar-nos a cumprir objetivos: os limites não estão definidos. Não há um tecto para o quanto podemos ganhar. Quanto mais trabalharmos, mais ganhamos. Não só somos nós que definimos o preço como também somos nós que vamos à procura dos clientes e nós que delineamos a estratégia para alcançar os objetivos.
Ao mesmo tempo, estar por conta própria obriga-nos necessariamente a aprender a gerir o nosso dinheiro, porque têm de estar atentos à gestão do dia-a-dia. Não podemos viver de ordenado a ordenado, é perigoso se não formos construindo alguma segurança financeira. A gestão, como trabalhador independente é obrigatoriamente mais conscienciosa, e nem vamos falar dos pagamentos a 90 dias.
3. Flexibilidade para estar mais presente
Quando falarem com um trabalhador independente, a primeira razão que vai ser mencionada é a flexibilidade, seja de horários (trabalhar quando queremos), seja geográfica (trabalhar onde queremos). Há muitos tipos de trabalhador independente e as duas circunstâncias podem ser verdade, ou ser apenas uma, ou nenhuma. De facto, a flexibilidade é a palavra-chave na promoção do estilo de vida freelancer, mas há um revés dessa moeda: controlar o nosso próprio tempo também significa que há alturas em que trabalhamos mais horas e aos fins-de-semana, para conseguir cumprir prazos ou apenas porque temos dificuldade em não levar trabalho para casa.
As fronteiras são mais turvas, o equilíbrio com a vida pessoal pode ser mais difícil, mas somos nós que estamos a definir as regras. Se é importante estar presente para a família ao fim do dia, podemos começar a trabalhar mais cedo, sem dar justificações a ninguém; ou, se sabemos que precisamos de 4 horas para cumprir as tarefas todas, não é preciso estarmos a fazer de conta que trabalhamos para completar o dia de trabalho.
4. Crescimento pessoal e profissional
Estarmos por nossa conta é aprender muito. Novamente, eu sei que há trabalhos por conta de outrem onde se aprende muito, mas para o trabalhador por conta própria, seja freelancer ou com um negócio próprio, é a quase obrigatório aprender sobre várias áreas.
Temos de aprender sobre finanças, gestão, marketing, recursos humanos, comunicação, legalidades, e ainda sobre os nossos limites, bem-estar ou poupanças. Se vamos ser especialistas nisso tudo? Não, não vamos, mas vamos ter de saber um bocadinho de cada coisa, mesmo quando contratamos alguém para esse trabalho. Isso torna-nos pessoas mais completas, não deixa tão facilmente que a nossa curiosidade natural esmoreça e, sobretudo, faz-nos crescer muito e evoluir como pessoas.
Eu sei que parece conversa de guru motivacional, mas é mesmo isso. Em parte é por isso que as histórias de empreendedorismo fascinam tanta gente, porque há este exercício de pensar em quem éramos e em quem nos tornámos — é a mesma coisa quando trabalhamos sozinhos, por conta própria e mantemos a vontade de melhorar — o resultado só podia ser tornarmo-nos cada vez melhores e essa evolução, olhando para trás, é sempre inspiradora, até para nós, mesmo que não a partilhemos com ninguém.
5. O futuro do trabalho vai exigir adaptação
Já se fala cada vez mais na inteligência artificial e como pode influenciar vários postos de trabalho. Também se fala em semanas de quatro dias de trabalho e várias outras inovações tecnológicas ou a nível dos recursos humanos. Muito do que entendemos como trabalho, por defeito, como o conhecemos, ainda é modelado a partir de estruturas que assentam na revolução industrial e nos trabalhos corporativos da segunda metade do século.
Os próximos anos avizinham-se importantes para a evolução do trabalho; sermos capazes de nos adaptar será essencial para que essas mudanças não sejam angustiantes e o trabalho mais adaptável que temos ao nosso alcance é aquele em que podemos tomar as nossas próprias decisões.
Mais informações sobre o projeto da Sofia Rocha e Silva:
https://luscofia.com/
