Dicas & Conselhos
Acabar com compromissos e maus hábitos para tirar mais proveito do seu tempo.
Acabar com rotinas e hábitos que não contribuam para uma produtividade envolvente e motivante pode ser um problema. Veja aqui algumas dicas sobre como vencer este desafio.
A participação em grupos mais ou menos informais em contextos mais ou menos profissionais é uma realidade que todos nós conhecemos. O empreendedor e o empresário não são exceções a esta regra já que ao participarem em grupos de índole pessoal como clubes de fotografia ou associações de pais e em grupos de cariz mais profissional como associações setoriais ou em grupos de análise de participação em novos negócios fazem com que aqueles responsáveis empresariais desempenhem uma multiplicidade de papéis que, com o passar do tempo se podem tornar desgastantes e consumidoras de tempo e outros recursos e, mais do que tudo, roubar tempo para novos empreendimentos ou para melhorar a participação em grupos a que já pertença.
O desempenho em funções rotineiras, por muito envolvimento com que comecem a ser praticadas, provocam desgaste e deixam de assumir um caráter prioritário pelas mais diversas razões, mas todas elas relacionadas com novas e melhores formas de aproveitamento do nosso tempo ou então com o desejo de que as nossas atividades atinjam outros resultados. Este sentimento invariavelmente leva ao afastamento dos grupos originais, ao abandono de funções, enfim, à colocação das participações na prateleira. Perde-se a justificação das canseiras, deixa-se de gostar do processo e de valorizar as vantagens que originalmente foram identificadas naquele grupo. Chegados a este ponto, que postura devemos assumir? Qual o próximo passo que deve dar?
- Auto reconheça a necessidade - A tomada de consciência de que a não participação pode implicar incumprimentos da sua parte e da parte do grupo a que pertence;
- Comunique as suas intenções com clareza - Comunique por escrito as suas intenções às pessoas que nas atividades lidam diretamente consigo e às pessoas empossadas dos cargos executivos máximos. Caso seja necessário dê algum tempo para que o seu afastamento seja efetivo no sentido de que o grupo possa preparar a sua substituição. Se considerar necessário apresentar uma justificação considere mesmo referir a necessidade de empregar o seu tempo em tarefas mais produtivas/estimulantes.
- Finalize e prepare a transmissão das tarefas/ações pelas quais estava responsável - Se tiver a seu cargo a realização de tarefas em particular ou a coordenação e monitorização de iniciativas, certifique-se que estão no ponto de serem entregues e em condições de serem assumidas por outras pessoas. Caso seja possível, saiba quem é o novo elemento encarregado e dê-lhe dicas sobre como desempenhar melhor as novas funções.
- Desfaça-se ou arquive tudo o que utilizava na participação do grupo - Todos os facilitadores que tenha utilizado como marcações de calendário, grupos de instant messaging, arquivos informáticos destacados etc.. deverão ser removidos do âmbito das suas ações quotidianas. Respeitando a máxima “longe da vista, longe do coração” aproveite apenas o que possa usar para projetos e participações futuras descaracterizando-o relativamente ao grupo que está a deixar;
- Reconheça e aproveite a recém conseguida liberdade - Procure outros projetos em que valha a pena investir o seu tempo e em que obtenha mais estímulos por participar.
As mudanças de rotina podem também servir para mudar alguns hábitos que são normalmente ligados à ausência de progressão. Estes hábitos mais não são do que pequenas decisões que tomamos, muitas vezes irrefletidamente, com base em experiências passadas e que muitas vezes nos encaminham para a obtenção de resultados viciados e cujos recursos empregues não são rentabilizados da melhor forma possível. Os hábitos que fazemos de forma rotineira começam por algum tipo de causa que nos lembra um estímulo ou uma recompensa que obtemos pela realização de algum tipo de ações.
Reações positivas a publicações nas redes sociais, resposta a emails, telefone, contatos de colegas, etc.. podem ser fatores facilitadores de hábitos de atuação menos claros e que estejam a impedir a plena realização de funções ou tarefas. Isto acontece porque tentamos sempre motivar-nos através de realidades mais cativantes do que as funções que desempenhamos dia a dia que, pela constante repetição e pela previsibilidade dos resultados perdem gradualmente a capacidade de motivação e estimulação. Depois, aquelas ações que inicialmente serviram para nos aliviar o stress e nos permitiram também recentrar as ideias, tornam-se responsáveis por sentir que retomar a tarefa tem um nível de dificuldade superior ao que realmente tem.
Para se conseguir livrar de hábitos que não contribuam para o seu sucesso há um conjunto de dicas que o podem ajudar a conseguir encontrar soluções mais construtivas para conseguir recentrar-se na resolução de problemas ou na execução de tarefas mais monótonas. Veja se estas resultam consigo:
- Reconheça os indicadores - Normalmente, antes de recorrermos aos hábitos de escape há um conjunto de indicadores ou de pistas que indicam que estamos a ir pelo caminho para aquele estímulo fácil que nos retira da zona de trabalho. Se a participação em redes sociais for um dos indicadores, dificulte o acesso com pequenas ações como ter o terminal de acesso afastado da sua zona de trabalho, caso tal não seja possível, ter sempre as contas fechadas, ou seja, sem o login feito, ter também as notificações desligadas etc.. Caso o escape mental seja conseguido através de uma pausa para cigarro considere ter o local de fumo de difícil alcance, e que lhe faltem constantemente acessórios como não ter cinzeiro, não ter tabaco (não comprar preventivamente) ou não ter maneira de o acender. Estas pequenas ações podem fazer com que o estímulo obtido pela pausa seja relativizado e seja, senão eliminado, pelo menos protelado durante mais algum tempo;
- Encontre outras escapatórias - se reconheceu um hábito como sendo mau, desenvolva ações específicas para encontrar novos. Substituir o chocolate por fruta ou a bebida de final de tarde por água mineral é um processo longo e moroso. O processo de substituição de um mau hábito por um hábito melhor poderá ser significativamente reduzido pelo grau satisfação que esse novo hábito proporcione. Se conseguirmos juntar outras motivações psicológicas como ser exemplo para a família da força de vontade de deixar de fumar as hipóteses de sucesso serão grandemente aumentadas.
- Posicione ou reposicione as suas expetativas em níveis realistas - Se, por várias razões que não conseguir prevenir na sua programação original os objetivos a que se propôs se mostrarem inatingíveis, reformule. Substitua os grande passos por pequenos passos que sejam atingíveis de forma mais realista. Considere que atingir um objetivo desencadeia também recompensas psicológicas e que mesmo os passos mais pequenos podem ser considerados como “quick win’s” essenciais para atingir o mais objetivo que inicialmente estava definido.
Um maior desafio mas que poderá produzir resultados mais significativos é substituir as recompensas esperadas por algum maior e melhor, partindo do princípio que procuramos sempre mais e melhor e é por isso que os maus hábitos acabam por se criar. Saber mais sobre os hábitos que desenvolvemos, porque os desenvolvemos e como os ultrapassamos pode ser a melhor forma de os dominar e suplantar.
Da próxima vez que estiver a ceder a uma tentação, pense naquilo que a provocou e no que de bom e de mau poderá originar. Seja egoísta e pense no que lhe convém mais a longo prazo e se vale a pena a recompensa momentânea. A decisão será fácil de tomar.