Dicas & Conselhos
Failing Forward e a arte de recomeçar depois de um falhanço
Falhar num negócio pode não ser inteiramente mau. Enquadre aqui as suas experiências e veja como os falhanços ajudam a criar valor para o futuro.
Nos dias de hoje é muito comum associar o conceito de empreendedorismo a casos de sucesso empresarial, muitas vezes também associadas ao conceito de startup representando este último a aceleração de ideias da conceção até teste de mercado, enfim a produção rápida de riqueza e rendimento. Mas nem sempre é assim… Mesmo os casos de sucesso com maior exposição mediática referem que atingir o sucesso passa muitas vezes por fracassos de ideias abandonadas, negócios falhados e perda de investimentos, enfim, precisamente o contrário do que era anunciado na premissa inicial. Se os empreendedores com maiores e mais sustentáveis níveis de sucesso fornecem este tipo de feedback, a realidade para a maioria silenciosa dos empreendedores será reveladora de falhanços mais retumbantes.
O empreendedor e o empresário ao assumirem o risco inerente à inovação e ao desenvolvimento da atividade assumem também uma exposição ao fracasso e às possibilidades de os resultados não serem os que inicialmente são cenarizados. Os lucros distribuídos aos investidores são a retribuição dos riscos assumidos perantes as incertezas do mercado. Neste enquadramento, o empreendedor deverá preparar-se para a mais que provável possibilidade de falhar nos seus objetivos.
No entanto, falhar não é uma fatalidade e há mesmo várias metodologias operativas que incorporam a falha nas suas propostas de apresentação de resultados. Desde que não se cometam erros catastróficos, que se possa aprender com os erros cometidos e que os intervenientes no processo se consigam lidar com as consequências psicológicas e sociais da falha, este processo pode ser na realidade benéfico para o desenvolvimento de produtos e serviços com um maior grau de inovação que consigam apresentar ao mercado uma proposta de benefícios maior e mais facilmente percebida pelo mercado atual e potencial.
Confira algumas sugestões sobre como aproveitar as suas falhas e criar, através delas, valor para a sua atividade e para futuros empreendimentos:
- Por mais que se trabalhe há sempre variáveis que ficam fora do nosso controlo - A valorização de qualquer produto ou serviço é feita, em última análise pelo mercado. As pesquisas, o instinto, o planeamento e o trabalho árduo apenas podem levar o projeto até um determinado patamar. São os clientes ou os segmentos de clientes que vão dizer de sua justiça aquilo que querem e aquilo que dispensam. Aceite a realidade que não pode alterar;
- Não se vitimize, projete para o futuro - Quando alguma das suas iniciativas não resultar, faça uma recapitulação (mental ou documentada) de todo o processo e veja o que correu mal ou onde é que o plano começou a desviar-se do previamente traçado. Depois, pesquise arduamente quais as melhores soluções para as dificuldades encontradas e por fim, reprograme e faça de novo;
- Aprenda a lição - Todas as experiências encerram uma aprendizagem. Se nas positivas a aprendizagem se limita à consolidação de bons procedimentos e boas estratégias, nas negativas, deve aprender sentimentos e formas de atuação que evitem que aconteçam de novo e ficar mais forte para abordar futuros projetos, com novas possibilidades de falha e de sucesso;
- Partilhe a sua experiência com outros e prepare-se para a próxima oportunidade - E vice versa. A troca de experiências entre empreendedores pode trazer mais valias aproveitáveis por todos e evitar se se cometam os mesmos erros por diferentes pessoas. Pare por algum tempo e permita-se distanciar do mundo do empreendedorismo por algum tempo para que possa tecer novamente juízos de valor sobre as vantagens e desvantagens de ser empreendedor sobre o tradicional modelo de seguir uma carreira. Se continuar a achar mais vantagens do que desvantagens está pronto para voltar à luta.
Todos os empreendedores falham. No entanto, os empreendedores bem sucedidos aproveitam as falhas para gerar valor para experiências futuras. A parte mais importante de utilização das falhas para gerar proveitos próprios é aprender com os erros. Com os nossos e com os alheios.